Estamos conscientes que para além do exercício da nossa profissão como professoras, a nossa presença tem duplo efeito, pois, ainda estamos longe de ver questões do género serem ultrapassadas, trabalhamos num ambiente maioritariamente masculino e podemos sentir isso diariamente, quer através dos nossos alunos, quer através dos professores, podemos dizer que na nossa província e no nosso país ainda a um longo caminho a percorrer para igualdade de género.
Como professoras de grupos, abordamos de forma transversal a questão do género isso é orientando os nossos alunos e alunas quer nos trabalhos escolares e extraescolares, como na realização de acções directamente dirigidas as raparigas, considerando as orientações do programa da escola.
Sentimos que muitas alunas nossas não têm informação suficiente para tomar boas decisões sobre saúde sexual e reprodutiva. Por isso temos abordado diferentes temas como: sexualidade, cultura e género, namoro, menstruação, período fértil e sexo seguro, autoestima, ITS, uso e consumo de drogas nas mulheres entre outros. Além dos temas abordados apoiamos os nossos alunos na distribuição de tarefas que era antes tarefas tipicamente femininas. Hoje é possível ver os nossos estudantes do sexo masculino realizarem as mesmas, bem como raparigas a realizarem tarefas tipicamente masculinas.
A nossa presença e postura no trabalho diário na escola também tem contribuído muito, sabemos que o nosso trabalho tem levado a discussão sobre género fora do portão da nossa escola, quer nas nossas escolas praticas, quer nas escolas primarias da nossa província através dos nossos estagiários. Para nós é muito importante levar e abordar a questão do género em todas as escolas, sobretudo que debate continue nas comunidades porque pensamos nós que é muito
Professoras Mbunda Natalia Chiamba e Domingas Kapolina da Escola de Magistério da ADPP, Benguela Angola.